Entre os problemas oftalmológicos, há aqueles que são mais graves e que podem causar cegueira. Saiba quais são e veja como se prevenir.
Abril é o mês de conscientização da prevenção e combate à cegueira. A campanha Abril Marrom reforça a importância do diagnóstico precoce, assim como do tratamento e reabilitação.
A saúde ocular é de extrema importância para o resto do organismo humano. Se há algo de errado na visão, logo toda a qualidade de vida de uma pessoa é afetada, podendo ser pouco ou muito.
Os problemas oculares possuem diferentes níveis de gravidade. Assim, as consequências variam desde um incômodo ou dificuldade de enxergar, por exemplo, até a perda completa da visão.
Por essa razão, o Abril Marrom alerta a população sobre a importância do cuidado com os olhos e, assim, a prevenção de complicações mais sérias.
Nesta matéria, veja quais doenças podem causar cegueira e entenda como tomar os cuidados necessários.
Cegueira reversível
A pior sequela que uma pessoa pode ter com relação à saúde ocular é a perda da visão. Felizmente, em alguns casos, a cegueira pode ser revertida. Dependendo da estrutura do olho que foi afetada, o dano pode ser reparado.
Confira abaixo algumas condições oculares que se enquadram nessa classificação.
Catarata
Quando se fala sobre cegueira reversível, a catarata é o principal problema que vem à mente, e também a principal causa de cegueira em todo o mundo. Trata-se da opacificação do cristalino, que é a lente natural dos olhos.
A transparência do cristalino é o que permite que os estímulos luminosos que passam pelas pupilas cheguem adequadamente à retina e sejam encaminhados ao cérebro para a formação das imagens.
Quando a lente natural começa a se opacificar e perder a transparência, a luz não chega à retina como deveria, resultando em uma imagem embaçada.
Quanto mais opacificada fica a lente, mais embaçada fica a imagem. Assim, a qualidade da imagem fica cada vez pior, até chegar realmente à cegueira.
Prevenção
Infelizmente, a catarata não é uma doença que pode ser prevenida. Isso porque ela é resultado do envelhecimento natural do cristalino. Ou seja, é completamente normal um paciente desenvolver catarata, independente de quanto ou como ele cuida da sua saúde ocular.
Entretanto, o tratamento adequado a tempo evita que o quadro evolua para a cegueira.
Tratamento
Até o momento, o único tratamento cientificamente eficaz contra a catarata é a sua remoção cirúrgica. A cirurgia de catarata consiste na remoção do cristalino opacificado e no implante de uma nova lente intraocular artificial e devidamente transparente.
Clique aqui para saber mais sobre como funciona a cirurgia de catarata.
Ceratocone
O ceratocone é uma doença que atinge a córnea, a lente externa do olho que cobre a íris e a pupila. Na condição, a córnea se projeta para frente, se assemelhando ao formato de um cone, e ficando mais fina e frágil.
A curvatura adequada da córnea permite que a refração seja feita corretamente. Isso significa que os estímulos luminosos, quando passam por ela, conseguem se focalizar exatamente no centro da retina.
Já no caso do ceratocone, a córnea se projeta para frente, ficando mais curva e, também, deformada. Sendo assim, a refração não acontece da forma adequada e o paciente tem dificuldades para enxergar com nitidez.
Diferente de erros refrativos como miopia, hipermetropia e astigmatismo, o ceratocone costuma ser uma doença progressiva, que tende a piorar com o tempo sem o tratamento adequado.
Em casos mais avançados da doença, a visão do paciente é seriamente comprometida. A acuidade visual pode ser drasticamente reduzida, podendo atingir níveis que se caracterizam como cegueira.
Prevenção
Embora as causas do ceratocone ainda sejam desconhecidas, sabe-se que o hábito de coçar os olhos pode precipitar a condição. Portanto, é importante que o paciente evite coçar os olhos com muita frequência, especialmente se já houver uma probabilidade mais alta do desenvolvimento da doença – como um alto grau de astigmatismo ou histórico familiar, por exemplo.
Tratamento
O tratamento do ceratocone pode envolver o uso de óculos ou de lentes de contato, a cirurgia de crosslinking, o implante do chamado Anel de Ferrara (anel intracorneano ou anel intraestromal), e transplante de córnea (este quando as outras alternativas não são suficientes).
Saiba mais sobre os possíveis tratamentos para ceratocone nesta matéria.
Cegueira irreversível
A perda da visão também pode ser permanente. A atenção deve ser redobrada em doenças que afetam a parte do fundo do olho, como a retina e o nervo óptico.
Glaucoma
O glaucoma é uma doença que afeta o nervo óptico, ou seja, a estrutura responsável por encaminhar os estímulos luminosos recebidos pela retina ao cérebro. Trata-se da causa mais comum de cegueira irreversível no mundo.
A sua principal causa é o aumento da pressão intraocular (PIO). Quando a pressão está alta demais, o nervo óptico pode sofrer uma lesão. Se isso acontecer, o paciente tem sua visão gravemente comprometida.
Dependendo do tipo de glaucoma, a perda da acuidade visual pode acontecer aos poucos – podendo passar despercebida pelo paciente – ou de forma súbita. No entanto, em qualquer forma da doença, o dano à visão é irreversível.
Prevenção
Não há como prevenir o glaucoma. Apesar disso, é possível evitar a sua progressão e a eventual perda de visão.
Para isso, o diagnóstico precoce é essencial. É imprescindível que o paciente tenha acompanhamento médico, ciente da gravidade da doença, e siga sempre as orientações profissionais.
Tratamento
Após o diagnóstico, o médico oftalmologista prescreve o tratamento mais adequado. Como existem diferentes tipos de glaucoma, os tratamentos também são diferentes.
Normalmente, os profissionais podem indicar o uso de colírios específicos para o controle da pressão intraocular, administração de medicamentos via oral ou intravenosa, ou, ainda, procedimentos a laser e cirurgias.
Confira esta matéria para saber mais sobre os tratamentos para glaucoma.
Retinopatia diabética
A retinopatia diabética afeta pacientes que têm diabetes e consiste em lesões nos vasos sanguíneos da retina.
O alto nível de glicose no sangue causa alterações nos vasos sanguíneos do corpo todo, e essas alterações também podem chegar aos olhos.
Os vasos sanguíneos da retina, ao sofrerem essas mudanças, ficam mais frágeis e mais propensos ao rompimento. Uma vez que há um rompimento, o sangue se espalha pela retina, causando manchas e impactando negativamente a visão.
Dessa forma, quanto mais sangue “vazar” na retina, mais comprometida fica a visão do paciente.
Prevenção
O paciente diabético, tendo ciência do seu diagnóstico, pode prevenir o desenvolvimento da retinopatia diabética tomando os devidos cuidados com a diabetes.
Ou seja, as próprias medidas para controle da diabetes colaboram para a prevenção da retinopatia diabética.
Portanto, é fundamental que o paciente esteja com seus exames em dia, sabendo o estado da sua saúde e seus níveis de glicose.
Além disso, se houver o diagnóstico de diabetes, o cuidado com a saúde dos olhos precisa ser maior. As visitas com o oftalmologista devem ser mais frequentes, de acordo com a orientação do próprio profissional.
Tratamento
É importante saber que algumas consequências da retinopatia diabética não têm cura, podendo a perda de visão ocasionada pela doença ser irreversível.
No entanto, existem tratamentos que possibilitam a estabilização do quadro e evitam o progresso da doença, reduzindo o risco da perda de visão.
Os tratamentos são diferentes e atendem a diferentes níveis da retinopatia diabética. Podem envolver a aplicação de laser na retina, administração de medicamentos injetáveis, e cirurgia de vitrectomia.
Apenas o profissional oftalmologista pode indicar qual o melhor tratamento para o atual quadro do paciente, e após avaliação criteriosa.
Saiba mais sobre a retinopatia diabética e seus tratamentos nesta matéria.
A prevenção é o melhor tratamento!
Assim como doenças que afetam outras partes do organismo, na maioria das vezes, o diagnóstico precoce pode possibilitar o controle das doenças oculares antes de se agravarem.
Por isso, é de suma importância dar atenção à saúde ocular e visitar o oftalmologista pelo menos uma vez ao ano. Em casos de histórico familiar ou na presença de outras condições que podem refletir nos olhos, as consultas devem ser mais regulares.
Quanto antes uma doença for descoberta, mais cedo ela pode ser tratada, o que evita que o paciente passe por complicações e situações mais sérias.
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Importante!
Esse texto busca sensibilizar os pacientes a buscarem tratamento oftalmológico. Só o médico oftalmologista é capaz de diagnosticar e indicar os tratamentos e/ou cirurgias mais indicadas.
Texto revisado pelo Dr. Mateus Lial Matuoka, CRM 163.329, Título Especialista (RQE) 73.992. Médico oftalmologista graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, residência médica e especialização em cirurgia de catarata na Santa Casa de Misericórdia.
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