O que é daltonismo? Entenda a condição!

A condição altera a percepção de certas cores e está diretamente ligada à genética. Saiba mais sobre o daltonismo e entenda como é feito o diagnóstico!

O que é daltonismo? Entenda a condição!

O daltonismo é uma condição oftalmológica em que há dificuldade para identificar determinadas cores. O paciente daltônico pode confundi-las com outras cores, ou nem mesmo vê-las.

Essa anomalia normalmente é hereditária, ou seja, transmitida por sucessão. Sua causa está ligada ao cromossomo X e, assim, é passado de mãe para filho, atingindo principalmente o sexo masculino.

Apesar disso, ela também pode ser causada por outros fatores, ainda que seja raro. A seguir, saiba mais sobre o daltonismo e entenda alguns detalhes importantes sobre a condição.

O que é daltonismo?

O daltonismo é uma condição genética, na maioria das vezes, que compromete a habilidade de distinguir certas cores. Embora a manifestação mais comum seja a dificuldade em identificar a cor vermelha, a dificuldade também pode existir com outras cores.

Quais os tipos da anomalia?

Existem diferentes tipos de daltonismo, cada um afetando a percepção de cores de maneira específica. Os tipos mais comuns são a protanopia, a deuteranopia e a tritanopia.

A protanopia é a forma mais conhecida, em que há dificuldade para diferenciar as cores do espectro verde-vermelho-amarelo.

Já a deuteranopia consiste em uma capacidade reduzida em ver a cor verde, prejudicando a distinção das luzes de cor azul, amarelo, violeta, vermelho e verde. A cor substituta também pode ser o marrom.

O paciente que tem a tritanopia, por sua vez, confunde o azul e o amarelo. Em contrapartida, as demais cores são vistas sem problemas, inclusive a vermelha e a verde. Este é o tipo mais raro de daltonismo.

Essas três classificações do daltonismo fazem parte da dicromacia. Ou seja, o paciente não enxerga nenhum tom da cor em questão.

Existe também a tricromacia anômala. Enquanto a dicromacia envolve a incapacidade completa de visualizar determinadas cores, na tricromacia anômala a incapacidade é parcial.

Sendo assim, a cor ainda pode ser vista, mas de forma reduzida.

Esse tipo de daltonismo também possui três classificações:

  • Protanomalia: em que há percepção reduzida do vermelho;
  • Deuteranomalia: em que há percepção reduzida do verde;
  • Tritanomalia: em que há percepção reduzida do azul e amarelo.

Por fim, ainda há o daltonismo completo, chamado monocromacia. Neste tipo da deficiência ocular, a visualização das cores é muito baixa. Normalmente, o paciente não vê cor alguma além de preto, branco e cinza.

A visão normal é chamada tricromacia.

Quais suas causas?

Na maioria das vezes, o daltonismo está ligado à genética. A anomalia é encontrada no cromossomo sexual X que vem da mãe.

Para entender melhor: os seres humanos possuem dois cromossomos sexuais. Quando mulher, são XX, e quando homem, XY. Para que o bebê seja do sexo masculino, o cromossomo X vem da mãe, e o Y, do pai.

Como o homem possui apenas um cromossomo X, a probabilidade de se ter o problema visual é maior do que em mulheres – mesmo com o daltonismo vindo delas.

Uma mulher que carrega um gene defeituoso, por exemplo, se torna portadora, mas sem manifestar a dificuldade em identificar as cores. Por sua vez, ela pode transmitir o gene aos filhos.

Vale saber que a mulher também pode ser daltônica, porém, a situação é muito rara.

Além disso, o daltonismo também pode ser adquirido. Lesões no nervo óptico, descolamento de retina, traumas na região ocular, doenças do sistema nervoso, doença de Parkinson e outros problemas de saúde podem causar o distúrbio.

Assim como o daltonismo em mulheres, a condição adquirida também é bem rara.

O daltonismo tem sintomas?

O sintoma mais evidente do daltonismo é a dificuldade em enxergar as cores como realmente são. A condição pode ser diferente em cada paciente, variando não apenas de acordo com o tipo do distúrbio.

Ou seja, há pacientes que podem enxergar com mais ou menos intensidade, e possuir o mesmo tipo da deficiência.

É possível, ainda, que haja incômodos como:

  • sensibilidade à luz;
  • dor de cabeça ou nos olhos ao olhar para cores em fundos diferentes;
  • dificuldade para identificar diferentes tons da mesma cor.

Especialmente pacientes que têm monocromacia podem também apresentar ambliopia (olho preguiçoso), baixa acuidade visual e tremores e oscilações dos olhos, levando ao nistagmo (movimentos involuntários dos olhos).

Como um daltônico enxerga?

A forma que um daltônico enxerga depende do tipo do distúrbio presente nos seus olhos.

Na protanopia, por exemplo, o paciente pode enxergar marrom, cinza ou verde no lugar do vermelho. Já na protanomalia, o vermelho ainda é visto, mas com uma intensidade bem menor.

Nas imagens a seguir, você pode entender um pouco mais sobre como é a visão dos daltônicos de acordo com a classificação da dificuldade.

lápis coloridos
Visão normal

protanopia
Protanopia

deuteranopia
Deuteranopia

tritanopia
Tritanopia

protanomalia
Protanomalia

deuteranomalia
Deuteranomalia

tritanomalia
Tritanomalia

monocromacia
Monocromacia

Você ainda pode ver como ficam outros cenários do ponto de vista de um daltônico no simulador do site Colblindor.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do daltonismo pode ser feito com o auxílio de diferentes exames, sempre junto a um oftalmologista.

O mais conhecido e mais utilizado é o Teste de Ishihara. Consiste na visualização de círculos formados por esferas coloridas pelo paciente. Dentro de cada círculo há um número, e o paciente deve identificá-lo. A imagem abaixo é um exemplo.

teste daltonismo

No caso de crianças analfabetas, pode-se, também, utilizar formas geométricas no lugar dos números.

O exame é muito simples e pode até ser encontrado na internet. Mesmo assim, é de suma importância que haja a opinião profissional de um oftalmologista, uma vez que ele poderá indicar também o tipo e nível do distúrbio.

Além disso, o diagnóstico precoce é muito útil para que o paciente receba as orientações adequadas o quanto antes. Principalmente durante a infância e a fase escolar, algumas medidas podem ser tomadas para que o aprendizado e entretenimento do pequeno paciente sejam adaptados e bem aproveitados.

Daltonismo tem cura? Qual o tratamento?

Infelizmente, o daltonismo não tem cura. No entanto, existem alternativas que podem proporcionar ao paciente uma qualidade de vida melhor, mesmo sem fazer a condição regredir.

As lentes de contato ou óculos com filtro de cor costumam aumentar o contraste entre as cores, melhorando a visão daquelas que faltam.

Para conseguir o acessório, o paciente deve ter a indicação do oftalmologista do melhor tipo de óculos ou lente.

É bom saber, ainda, que, diferente do daltonismo hereditário, a condição adquirida pode, sim, regredir ou estabilizar. Isso pode acontecer quando a situação que originou o problema for tratada e apresentar bons resultados.

De qualquer modo, apenas um médico oftalmologista pode dizer se a condição realmente tem chances ou não de ser controlada.

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Importante!

Esse texto busca sensibilizar os pacientes a buscarem tratamento oftalmológico. Só o médico oftalmologista é capaz de diagnosticar e indicar os tratamentos e/ou cirurgias mais indicadas.
Texto revisado pelo Dr. Mateus Lial Matuoka, CRM 163.329, Título Especialista (RQE) 73.992. Médico oftalmologista graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, residência médica e especialização em cirurgia de catarata na Santa Casa de Misericórdia.
Caso seja necessária alguma retificação desse conteúdo, por favor, entre em contato conosco pelo e-mail [email protected].

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