Veja o que você precisa saber sobre o estrabismo, doença que afeta o paralelismo entre os olhos, e entenda os tratamentos normalmente indicados.
Entre as diversas doenças que afetam os olhos, o estrabismo compromete a visão do paciente com um desvio ocular.
O indivíduo estrábico apresenta um desvio em um dos olhos ou nos dois, o que faz com que eles não foquem em uma única direção. Comum em crianças, essa doença oftalmológica também pode se manifestar em adultos por diversos motivos.
Confira agora qual a causa do estrabismo, os sintomas, quais os tratamentos e quais os riscos de não tratar este distúrbio.
Qual a causa do estrabismo?
O movimento dos olhos é controlado por seis pares de músculos comandados por nervos cranianos, ligados ao sistema nervoso. Para que os dois olhos se movimentem corretamente e na mesma direção, é necessário que os músculos trabalhem em sincronia.
O estrabismo acontece quando há alguma falha que altera essa sincronia. No caso, os olhos têm pontos de foco diferentes.
Em crianças, o estrabismo pode ocorrer devido ao alto grau de hipermetropia – com a dificuldade para enxergar, os olhos acabam sendo forçados a se aproximar para compensar a visão ruim.
Outros fatores que também podem causar o distúrbio são a dificuldade motora para coordenar o movimento dos dois olhos, baixa visão em um dos olhos, doenças genéticas, oculares, infecciosas ou da tireoide, diabetes e hereditariedade.
Doenças que afetam o cérebro também costumam causar o desvio ocular, como paralisia cerebral, Síndrome de Down, hidrocefalia, entre outras condições. Isso porque influenciam diretamente o sistema nervoso.
Da mesma forma, em adultos, traumas cranianos, AVCs e outras circunstâncias que também afetam o cérebro podem causar estrabismo.
Quais os tipos de estrabismo?
O estrabismo pode ser classificado em diferentes tipos, que variam de acordo com a sua manifestação e o tipo do desvio.
O distúrbio pode ocorrer em apenas um olho ou nos dois. Quando acontece sempre no mesmo olho, é chamado estrabismo monocular.
Quando acontece em ambos os olhos, alternadamente, é chamado estrabismo alternante. Já se o desvio for inconstante, o estrabismo é intermitente ou latente, também chamado de foria, e aparece apenas em determinadas situações.
Caso o desvio seja direcionado para o centro do rosto, o distúrbio é chamado estrabismo convergente (esotropia). Já se o desvio for para as extremidades do rosto, o tipo do estrabismo é divergente (exotropia).
Se o olho tende a se desviar para cima ou para baixo, o estrabismo é vertical (hipertropia). Ainda é possível que o paciente possua dois tipos de estrabismo: convergente em um e vertical em outro, por exemplo.
Quais são os sintomas comuns?
A visão dupla, também chamada de diplopia, é o sintoma mais comum do estrabismo. Já o não alinhamento dos olhos é o mais evidente.
Dores de cabeça, fadiga ocular ou vista cansada e sensação do olho estar “vagando” também são alguns sintomas comuns. Além disso, o paciente estrábico ainda pode ter torcicolo, devido à inclinação do pescoço para um dos lados na tentativa de compensar o desvio e ter uma melhor visão.
Quais os tratamentos?
Quanto mais cedo os tratamentos para correção do estrabismo começarem, mais alta é a chance de um bom resultado.
Normalmente, os tratamentos mais recomendados para crianças de até sete anos são o uso de óculos de grau, para corrigir a hipermetropia. O uso de tapa-olho também pode ser indicado. No caso, o olho sem o distúrbio é que será coberto, para exercitar o “olho preguiçoso”.
A aplicação de toxina botulínica (botox) e a cirurgia de estrabismo também são tratamentos possíveis, porém, são mais invasivos.
A aplicação da toxina envolve a aplicação da anestesia seguida da aplicação da própria toxina, que age no relaxamento do músculo contraído. Dessa forma, ele relaxa e anula o desvio. A indicação, normalmente, é para estrabismo leve ou médio – quando o nível é mais forte, o paciente pode precisar de reaplicações.
Já a intervenção cirúrgica é indicada caso o distúrbio não seja solucionado com o uso das lentes corretivas.
Após a aplicação da anestesia, o cirurgião trabalha no enfraquecimento ou fortalecimento do músculo responsável pelo movimento do olho afetado, a depender do tipo da doença. A anestesia pode ser local ou geral, a depender do paciente.
Os diferentes tipos do distúrbio demandam diferentes tipos de tratamento. Por essa razão, é fundamental que o paciente estrábico passe por uma avaliação oftalmológica, com um profissional especialista, que prescreverá o tratamento adequado para a situação.
Quais os riscos de não tratar o estrabismo?
O não tratamento do estrabismo faz com que os sintomas sejam permanentes. Sendo assim, o paciente pode ter uma baixa qualidade de visão e, em casos mais graves, ter perda total da visão do olho afetado.
Uma vez que o desvio ocular faz com que duas imagens diferentes cheguem ao cérebro, a imagem do olho afetado é ignorada. Isso acaba comprometendo o desenvolvimento da parte cerebral responsável pelo movimento deste olho, por causa do desuso.
Desta maneira, a imagem fica cada vez mais fraca, até chegar à cegueira total. Essa redução da visão também é chamada de ambliopia.
Onde conseguir o tratamento mais indicado?
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Importante!
Esse texto busca sensibilizar os pacientes a buscarem tratamento oftalmológico. Só o médico oftalmologista é capaz de diagnosticar e indicar os tratamentos e/ou cirurgias mais indicadas.
Texto revisado pela Dra. Bárbara Nazareth Parize Clemente, CRM SP: 169506, Título Especialista (RQE): 74181. Médica oftalmologista graduada pela Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde / PUC-SP, residência médica no Hospital de Olhos Aparecida, subespecialização pelo Instituto da Visão IPEPO.
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