25 principais dúvidas sobre a cirurgia refrativa

Como a cirurgia refrativa é feita? Quais os riscos? E os cuidados pós-operatórios? Esclareça as suas dúvidas sobre o procedimento e saiba tudo sobre ele!

25 principais dúvidas sobre a cirurgia refrativa

A cirurgia refrativa é o procedimento feito por pacientes que têm miopia, astigmatismo ou hipermetropia, e que querem se livrar dos óculos de grau e lentes de contato.

Assim como diversos procedimentos cirúrgicos, é comum que as pessoas tenham dúvidas sobre ele: como é feito, quais os riscos, como é a recuperação, quais são os cuidados pós-operatórios, entre tantos outros.

São inúmeros os questionamentos, e isso é ótimo. Para quem pretende passar pelo procedimento, é fundamental saber de todos os detalhes envolvidos. Assim, não há surpresas desagradáveis.

Sabendo disso, respondemos neste artigo 25 dúvidas que você pode ter sobre a cirurgia refrativa. Boa leitura!

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O que é a cirurgia refrativa?

A cirurgia refrativa é um procedimento indicado para corrigir erros refrativos como a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo. Trata-se da operação que pode permitir que o paciente não precise mais de óculos ou lentes de contato para enxergar bem.

Vejamos uma breve contextualização: um olho que tem um erro refrativo tem seu formato mais ou menos alongado, ou a sua córnea tem formato irregular.

Em um olho normal, os raios de luz chegam à retina, no fundo do olho, e se focam no centro da estrutura, permitindo a formação de imagens perfeitas.

Já em olhos com alterações no formato, os raios de luz não chegam à retina da forma adequada, formando imagens confusas e sem nitidez.

No caso, o objetivo da cirurgia refrativa é alterar o formato da córnea, de forma a permitir que os raios luminosos cheguem sem problemas ao centro da retina.

Confira abaixo as principais dúvidas sobre a cirurgia refrativa.

Como é feita a cirurgia refrativa?

A cirurgia refrativa é feita para alterar o formato da córnea, compensando os erros de refração.

Refração ocular é o caminho que a luz faz quando passa pelo olho e vai até a estrutura do fundo – a retina – para formar as imagens.

No procedimento cirúrgico, o cirurgião tem acesso à córnea do paciente e, com disparos de laser, altera o seu formato, de modo a corrigir a refração da luz.

De acordo com o olho do paciente, o próprio cirurgião indica o método da cirurgia: PRK ou LASIK.

Qual a diferença entre as técnicas PRK e LASIK?

A diferença entre as técnicas PRK e LASIK está na profundidade da córnea em que o cirurgião atua.

A cirurgia PRK normalmente é indicada para quem tem a córnea mais fina. Nela, o cirurgião faz uma raspagem na camada externa da córnea – o tecido epitelial.

prk-laser

Com a raspagem, parte da córnea fica exposta. Assim, há a aplicação de laser para alterar a curvatura da córnea.

Já a cirurgia LASIK costuma ser indicada para pacientes com a córnea mais grossa e resistente. Em vez de fazer uma raspagem, o cirurgião faz um corte de cerca de 0,1 mm na superfície da córnea, e a levanta, formando uma lamela.

lasik-laser

A córnea profunda fica exposta e recebe a aplicação de laser, que vai alterar o seu formato e corrigir o erro refrativo. Para finalizar, o cirurgião coloca a lamela levantada novamente em seu lugar.

Como é a cirurgia refrativa personalizada?

A cirurgia refrativa personalizada, assim como a convencional, é feita com laser. A diferença, no entanto, está na atuação do laser no olho do paciente.

Além dos erros de refração, os olhos humanos também podem ter pequenas imperfeições, que acabam influenciando a visão.

Sendo assim, a cirurgia personalizada busca corrigir não só o erro refrativo, mas também essas outras imperfeições. Nesse caso, o laser possui propriedades específicas.

Vale saber, ainda, que todo olho é diferente, inclusive os dois olhos de um só paciente. Portanto, nesse tipo de cirurgia, o laser utilizado em um dos olhos é diferente do utilizado no outro olho.

Como é a anestesia da cirurgia?

Para que o procedimento seja menos desconfortável, o paciente recebe anestesia.

A anestesia é tópica, em forma de colírio. Mesmo tendo a duração de alguns minutos, é tempo o suficiente para que toda a cirurgia seja realizada.

Além disso, caso o paciente esteja muito ansioso ou o médico avalie necessário, também pode haver uma leve sedação.

Dessa maneira, o procedimento não é doloroso.

O paciente sai da cirurgia já enxergando?

Depende. Nos casos de LASIK, o paciente já consegue enxergar bem no primeiro dia após a cirurgia, porém nos casos de PRK, a recuperação da visão é mais lenta, podendo levar até 1 mês para um bom resultado.

Como é a recuperação da cirurgia refrativa?

A recuperação da cirurgia de miopia pode ser mais ou menos leve, a depender da técnica utilizada na operação.

Caso tenha passado pela cirurgia LASIK, o paciente recebe uma lente de contato para a proteção do olho nos momentos finais do procedimento. Essa lente só é retirada no dia seguinte, pelo médico cirurgião, durante a consulta pós-operatória.

É possível ter a sensação de corpo estranho, ardor e lacrimejamento nas primeiras horas. Normalmente, esses sintomas somem logo no dia seguinte. A recuperação total pode levar até 30 dias, em média.

Já se a cirurgia realizada foi a PRK, a recuperação pode ser mais lenta e mais dolorosa.

A lente de contato aplicada após a operação deve permanecer no olho por, no mínimo, 72 horas, para que o tecido epitelial se regenere. O próprio cirurgião oftalmologista é quem tira essas lentes na consulta pós-operatória.

Assim como ocorre na LASIK, o paciente pode ter sensação de corpo estranho, ardor e lacrimejamento nas primeiras horas, além de sensibilidade à luz. Em geral, principalmente nos primeiros três dias, também pode haver dor.

O tempo total da recuperação da cirurgia PRK pode ser de até três meses.

Quais são os cuidados pós-operatórios?

Durante a recuperação, é fundamental que o paciente tome os cuidados pós-operatórios necessários.

Como há incômodo e outros sintomas desagradáveis nos primeiros dias, é comum que o cirurgião oftalmologista prescreva colírios para ajudar a aliviar o desconforto. A prescrição também pode ser de colírios antibióticos e/ou anti-inflamatórios, reduzindo o risco de infecção e inflamação.

Sendo assim, é preciso fazer uso dos colírios de acordo com a indicação médica, com as mãos devidamente higienizadas, e sem deixar a embalagem do medicamento encostar no olho.

É possível retornar às atividades rotineiras em pouco tempo, desde que haja moderação. Estudo e trabalho podem ser retomados, e até mesmo a direção de veículos.

Além disso, é preciso proporcionar uma proteção maior ao olho operado. No caso, vale a pena usar óculos escuros, bonés e chapéus em ambientes externos, assim como evitar banhos de mar ou piscina até receber alta.

Outras orientações são: não usar maquiagem ou outros cosméticos na região, não esfregar os olhos, não ficar muito tempo na frente de telas luminosas, e não fumar e nem se expor a fumaças em geral.

Veja mais cuidados necessários no vídeo abaixo.

Quantos dias precisa ficar afastado depois da cirurgia de miopia?

O paciente que passou pela cirurgia de correção de grau normalmente possui a recomendação para ficar afastado do trabalho entre 7 e 10 dias. Porém, isso é uma média.

O período de afastamento vai variar de paciente para paciente, de acordo com o seu antigo grau, sua atividade profissional e a técnica da cirurgia (a recuperação da PRK é mais lenta que a LASIK).

Quem trabalha em frente ao computador o dia todo, por exemplo, precisa do afastamento, já que pode sentir desconforto ao permanecer por muito tempo diante de telas luminosas.

De qualquer modo, a visão leva um tempo para ficar estabilizada, o que justifica o afastamento.

Minha visão está embaçada após a cirurgia refrativa. É normal?

Sim, é normal que o paciente fique com a visão embaçada imediatamente após a cirurgia, assim como alguns dias depois do procedimento.

Inclusive, é possível ter o embaçamento dias depois, mesmo saindo da cirurgia com a visão muito boa. Mesmo com essa “queda”, a visão volta a melhorar.

Especialmente se a cirurgia realizada foi a PRK, o embaçamento na visão pode durar por mais tempo.

Isso é um sintoma normal e que tende a melhorar com o tempo. Durante as consultas pré e pós-operatórias, é fundamental que o paciente preste atenção às orientações do seu médico, ficando ciente sobre o que pode acontecer depois do procedimento.

Em caso de dúvidas ou se o embaçamento durar mais do que o previsto, não hesite em entrar em contato com o oftalmologista.

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Quais os riscos da cirurgia refrativa?

Mesmo sendo considerada um procedimento seguro, a cirurgia refrativa ainda pode apresentar riscos.

Apesar disso, esses riscos podem ser facilmente reduzidos, uma vez que dependem dos profissionais envolvidos no procedimento, da técnica utilizada e da sua qualidade.

Os riscos da cirurgia têm mais a ver com o pós-operatório.

Alguns são olho seco, dor e desconforto, dificuldade visual, opacidade da córnea (causada pela cicatrização excessiva) e aparecimento de halos na visão – anéis ao redor de luzes. Estes estão relacionados a possíveis sintomas após o procedimento e são mais leves, desaparecendo em poucos dias.

Pode haver, também, situações mais sérias. Uma delas é a infecção corneana, que pode deixar sequelas na visão, assim como o aumento da pressão intraocular, que pode resultar em glaucoma.

Já durante a cirurgia, pode acontecer a remodelação incorreta da córnea. No caso, a correção pode ser maior ou menor do que a planejada.

Outro exemplo é o descolamento do flap (que ocorre na técnica LASIK). É uma situação rara, mas que pode acontecer.

Nela, o flap levantado pode se descolar. No entanto, o próprio cirurgião resolve durante a cirurgia.

Lembre-se que a boa escolha da clínica e dos profissionais influencia diretamente os riscos do procedimento.

A cirurgia de miopia pode deixar cego?

Felizmente, o paciente não corre o risco de ficar cego por causa da cirurgia de miopia.

Apesar disso, é essencial que a avaliação pré-operatória seja cuidadosa, bem como que os sintomas pós-operatórios sejam considerados e acompanhados.

Quem tem ceratocone pode fazer cirurgia refrativa?

Não. Isso porque o ceratocone é uma doença que faz com que a córnea se projete para frente, ficando em formato de cone. Dessa forma, há a deformação e o afinamento da estrutura.

Além disso, a doença é progressiva. Ou seja, a projeção da córnea acontece continuamente.

Nesse caso, a cirurgia refrativa oferece risco à córnea do paciente, já que pode agravar a doença. Assim, vale mais a pena manter o uso de óculos do que arriscar ter a córnea comprometida.

Quem pode fazer a cirurgia refrativa?

Pode fazer a cirurgia refrativa pacientes com miopia, astigmatismo e hipermetropia, que tenham entre 21 e 45 anos, e que estejam com o grau estabilizado há, no mínimo, um ano.

Com quantos graus pode fazer a cirurgia de miopia?

A sugestão da maioria dos oftalmologistas é que o grau mínimo seja de 0,5 grau.

Apesar disso, apenas um especialista pode dizer se a cirurgia pode ser realizada ou não, de acordo com a sua avaliação criteriosa.

Existe idade mínima para fazer a cirurgia?

Sim. Alguns oftalmologistas afirmam que a cirurgia pode ser feita em pacientes com mais de 18 anos, enquanto outros preferem que o paciente complete 21 antes de operar.

Essa variação ocorre por conta da estabilização do grau, o que garante mais segurança para o sucesso do procedimento.

Qual o grau máximo para operar?

Assim como há um grau mínimo, também há um grau máximo para passar pela cirurgia refrativa.

Normalmente, a indicação é de 10 graus de miopia, 5 graus de hipermetropia e 6 graus de astigmatismo.

Porém, isso pode variar de acordo com a avaliação do oftalmologista especialista. Caso a córnea do paciente seja muito fina, por exemplo, mesmo que o seu grau esteja dentro do normal, a cirurgia pode não ser indicada – e até mesmo perigosa.

Pode ficar na frente do computador depois da cirurgia?

Sim, não há problemas em ficar em frente ao computador ou à televisão, por exemplo, depois de fazer a cirurgia refrativa.

O que pode acontecer é o olho ficar mais sensível à luz, o que vai deixá-lo mais cansado diante de telas luminosas.

Porém, este é o único problema – o desconforto pela sensibilidade. Ou seja, o resultado da cirurgia não pode ser comprometido caso o paciente utilize o computador, celular ou televisão no pós-operatório.

Depois de quanto tempo da cirurgia pode viajar?

Normalmente, a indicação de médicos oftalmologistas é que se espere entre uma e duas semanas para viajar – inclusive de avião – após a cirurgia de miopia.

Isso porque, embora o procedimento seja seguro, o paciente ainda pode apresentar alguma complicação no pós-operatório. Nesse caso, é importante ter fácil acesso ao médico.

Além disso, especialmente pacientes que foram operados  com a técnica PRK, precisam voltar ao consultório dias depois do procedimento para retirar a lente terapêutica aplicada.

De qualquer modo, é importante que o paciente siga a orientação do seu médico.

Quanto tempo depois da cirurgia refrativa pode usar maquiagem?

O uso de maquiagem na área dos olhos é contraindicado nos primeiros dias após a cirurgia. Apesar disso, não há problemas no uso em outras áreas do rosto.

Para usar maquiagem e outros cosméticos nos olhos e proximidades, é preciso aguardar uma semana ou mais, a depender da técnica utilizada na cirurgia e da orientação do médico cirurgião.

Normalmente, a cirurgia LASIK permite o uso mais cedo do que a PRK, já que esta tem uma cicatrização mais longa.

A cirurgia pode ser feita em um olho só?

Sim, a cirurgia pode ser feita em apenas um olho. Porém, normalmente, os médicos cirurgiões operam os dois olhos de uma única vez.

Se o paciente quiser, e se houver a indicação do oftalmologista, a operação pode, sim, ser feita em apenas um olho, e depois no outro.

Mas, novamente, o ideal é fazer o procedimento nos dois olhos de uma vez só. Isso proporciona uma melhor adaptação no pós-operatório.

Fiz a cirurgia refrativa e o grau voltou. E agora?

Na realidade, depois de fazer a cirurgia refrativa, o grau não pode voltar.

O que pode acontecer são pequenas variações na visão. No entanto, alguns estudos apontam que pacientes operados tendem a ter menos variações com relação a quem não passou pelo procedimento.

Caso realmente haja uma variação considerável e que afete a nitidez da visão, uma nova correção cirúrgica pode ser feita, de acordo com a indicação médica, apenas.

Outra possibilidade é a cirurgia não ter feito a correção corretamente. Nesse caso, há um grau residual.

Da mesma forma, o procedimento pode ser feito mais uma vez para corrigir o grau residual.

O que é o retoque da cirurgia refrativa?

Retoque da cirurgia refrativa é exatamente o novo procedimento feito para corrigir o grau residual.

Quando a cirurgia acaba não fazendo toda a correção necessária, o cirurgião oftalmologista pode indicar um novo procedimento.

Ou, ainda, caso o paciente tenha uma variação grande na sua visão, seja por que seu grau não estava devidamente estabilizado no momento da operação, seja pela variação que pode acontecer naturalmente.

O plano de saúde cobre cirurgia de miopia e astigmatismo?

Depende. De acordo com o Rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), os planos de saúde devem, sim, cobrir a cirurgia refrativa, seja LASIK ou PRK.

Porém, o paciente deve cumprir alguns requisitos para ter direito à cobertura.

Além de ter mais de 18 anos de idade e estar com o grau estável há, no mínimo, um ano, o grau de ser:

  • entre 5,0 e 10,0 no caso de miopia (moderada ou grave). Se também houver astigmatismo, o grau deste deve ser até 4,0;
  • até 6,0 no caso de hipermetropia. Da mesma forma, se também houver astigmatismo, o grau deste deve ser até 4,0.

Se o paciente não estiver dentro dessas condições, a cobertura pode não acontecer.

Dá pra fazer a cirurgia refrativa pelo SUS?

Sim, pacientes que dependem da rede pública de saúde também podem fazer a cirurgia refrativa pelo SUS. No entanto, a condição é ainda mais restrita.

Para conseguir a gratuidade no procedimento, é necessário que o erro refrativo (miopia, hipermetropia ou astigmatismo) seja considerado grave, de modo a afetar a qualidade de vida do paciente.

Além disso, o paciente também deve ter mais de 18 anos de idade, e estar com o grau estabilizado há, no mínimo, um ano.

Graus mais baixos, por mais que ainda apresentem dificuldades para o paciente, podem fazer com que a operação seja caracterizada como estética, o que acaba inviabilizando a sua realização.

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Qual o valor da cirurgia refrativa?

Pacientes que não conseguem, por alguma razão, fazer a cirurgia refrativa pelo plano de saúde ou pelo SUS, ainda podem optar por clínicas particulares.

No caso, o valor total do procedimento envolve uma série de custos, como consultas pré-operatórias, exames oftalmológicos, sala cirúrgica, equipe médica, materiais necessários e consultas pós-operatórias.

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Importante!

Esse texto busca sensibilizar os pacientes a buscarem tratamento oftalmológico. Só o médico oftalmologista é capaz de diagnosticar e indicar os tratamentos e/ou cirurgias mais indicadas.
Texto revisado pelo Dr. Mateus Lial Matuoka, CRM 163.329, Título Especialista (RQE) 73.992. Médico oftalmologista graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, residência médica e especialização em cirurgia de catarata na Santa Casa de Misericórdia.
Caso seja necessária alguma retificação desse conteúdo, por favor, ligue grátis para 0800-608-2130.

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